domingo, 27 de janeiro de 2013

Governo Federal e Força Aérea ajudam no atendimento aos feridos no incêndio em Santa Maria (RS)



Agência Brasil, 27/01/2013

Médicos da Força Aérea vão ajudar no atendimento a feridos em Santa Maria (RS)

Vitor Abdala

 Rio de Janeiro – Um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) vai transportar equipes de médicos do Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG), no Rio, para Santa Maria (RS), onde um incêndio deixou mais de 200 mortos e dezenas de feridos. A aeronave sairá da Base Aérea do Galeão com cirurgiões-gerais, cirurgiões plásticos, médicos intensivistas e enfermeiros.


 Equipes médicas do Hospital da Aeronáutica de Canoas (RS) também serão deslocadas para Santa Maria. Helicópteros Blackhawk, que ficam sediados na Base Aérea de Santa Maria, já estão sendo usados no apoio às vítimas do incêndio.

A FAB também colocou à disposição das autoridades locais as aeronaves C-97 Brasília, C-95 Bandeirante, C-98 Caravan e SC-105 Amazonas, que podem servir de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI).

Edição: Carolina Pimentel


http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/01/medicos-da-forca-aerea-vao-ajudar-no-atendimento-a-feridos-em-santa-maria-rs 







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http://www.ebc.com.br/sites/default/files/agencia_brasil270113_wdo1635a.jpg
Corpos das vítimas do incêndio na Boate Kiss são levados para o Centro Desportivo Municipal de Santa Maria. Mais de 230 pessoas morreram na tragédia, a maioria estudantes da UFSM. (foto: Wilson Dias/AgênciaBrasil)

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http://www.ebc.com.br/sites/default/files/419588_278703975590946_359072128_n.jpg
 Leitura da lista de internados no Hospital de Caridade de Santa Maria  (Foto: Yuri Weber / A Razão)
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Presidenta Dilma visita familiares de vítimas da tragédia em Santa Maria


Dilma decreta luto oficial de três dias pelas vítimas da tragédia em Santa Maria 


Dilma lamenta tragédia em Santa Maria


Presidenta Dilma Rousseff durante visita às famílias das vítimas da tragédia ocorrida em Santa Maria. Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

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Portal da Força Aérea Brasileira,  27/01/2013 - 20h47

FAB : Nota Oficial n. 1 (27 jan 13h) - Tragédia em Santa Maria


A Força Aérea Brasileira está em ação por conta da tragédia ocorrida em Santa Maria (RS) na madrugada deste domingo (27/01). A cidade é sede de uma Base Aérea, onde helicópteros H-60 Blackhawk já atuam nos trabalhos de apoio às vítimas do incêndio.

Aeronaves C-97 Brasília, C-95 Bandeirante, C-98 Caravan e SC-105 Amazonas estão de prontidão para cumprir missões de UTI aérea.

Uma aeronave C-130 Hércules transportará uma equipe médica e suprimentos para o atendimento de feridos. Equipes de cirurgia geral e plástica, médicos intensivistas e enfermeiros do Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG) e do Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO) foram mobilizadas para auxiliar no atendimento aos feridos.

Brasília, 27 de Janeiro de 2013

Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno

Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica


Fonte: Agência Força Aérea

http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=13975



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Vídeo mosta primeiros instantes do resgate no incêndio em Santa Maria






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Portal da Força Aérea Brasileira, 27/01/2013 - 20h49

FAB : Nota Oficial N. 2 (27 jan 20h) - Tragédia em Santa Maria



A Força Aérea Brasileira prossegue apoiando as vítimas da tragédia ocorrida em Santa Maria (RS) na madrugada deste domingo (27/01).

As ações continuadas nesta tarde constam de:

1 – Transporte de equipe médica multidisciplinar do Hospital de Força Aérea do Galeão, localizado no Rio de Janeiro, composta de cirurgião plástico especializado em queimados, cirurgião geral, médico intensivista, equipe de enfermeiros especializados em tratamento de queimados e material de suprimento médico e cirúrgico referente às necessidades do ocorrido.

2 – Transporte de equipe médica do Hospital de Aeronáutica de Canoas, localizado no Rio Grande do Sul, composta de psicólogos, médicos e enfermeiros que apoiam a equipe de legistas em Santa Maria, além de se somarem àqueles profissionais que prestam apoio às famílias das vítimas.

3 – Disponibilização, desde a fatídica ocorrência, dos meios de combate a incêndio e dos serviços de socorro imediato (ambulâncias e serviço médico do Hospital da Base Aérea de Santa Maria).

4 – Disponibilização de aeronaves de grande porte (C-130 Hércules), médio porte (C-105 Amazonas e C-97 Brasília), de pequeno porte (C-95 Bandeirante e C-98 Caravan) e cinco helicópteros H-60 Black Hawk para as diversas necessidades que se apresentam como o transporte de equipes de médicos (especialistas, cirurgiões e legistas), o transporte de sobreviventes que necessitam de remoção para outros centros de apoio e o transporte de vítimas fatais para o estado do Rio Grande do Sul e fora deste.

5 – Até às 19h30 deste domingo, 24 vítimas já haviam sido transportadas para tratamento no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), em aeronaves da FAB. Foram 14 voos, a maioria em helicópteros, que pousam no Parque Farroupilha, o que facilita o acesso ao HPS.

6 – Disponibilização de aeronave C-99 EMBRAER 135, para transporte de equipe de técnicos e peritos do Ministério da Integração Nacional, de Brasília para Santa Maria

7 – Disponibilização de aeronave C-99 EMBRAER 145, que se encontra em prontidão, com tripulação e equipe à postos.

8 – Transporte de respiradores provenientes de Sorocaba e de Porto Alegre.

Lamentavelmente, seis militares do efetivo da Base Aérea de Santa Maria (BASM) foram vitimados no incêndio. Destes, cinco faleceram.


Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica


Fonte: Agência Força Aérea 
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=13977



















segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Apesar das críticas dos "mercopessimistas", Venezuela garante 2º maior superávit comercial do Brasil

Federasur
Valor, 14/01/2013

Cresce saldo comercial com Venezuela 

Sergio Leo


A Venezuela de Hugo Chávez tornou-se, em 2012, o país responsável pelo terceiro maior saldo comercial do Brasil com seus parceiros no mundo, só atrás da Holanda e da China. A Holanda, como se sabe, é porto de entrada de mercadorias para a Europa. Se descontado, do superávit desse país, o resultado do comércio do Brasil com outros países da União Europeia, os venezuelanos ficaram atrás só da China na lista de saldos positivos do comércio brasileiro com o exterior. Os especialistas se dividem ao analisar os efeitos da crise política no país sobre as crescentes relações comerciais entre o Brasil e o vizinho caribenho.

A lista de principais produtos de exportação do Brasil à Venezuela deixa clara a importância das relações entre os governos na aproximação comercial: dos pouco mais de US$ 5 bilhões de vendas brasileiras ao mercado venezuelano, quase US$ 1,1 bilhão foi em bovinos vivos, para corte ou reprodução, carnes desossadas de bovino e carne de frango. Açúcar, bebidas e outros alimentos também estão entre os primeiros itens do comércio bilateral, e, assim como as carnes, são comprados majoritariamente pelo governo e distribuídos a preços subsidiados em armazéns estatais.

Os exportadores de carne, principal produto de exportação do Brasil ao vizinho, estão otimistas, mesmo com as incertezas provocadas pela doença de Chávez, que o impediu de tomar posse normalmente na semana passada e alimenta dúvidas sobre o futuro político do país. “Nossas vendas cresceram 19% no ano passado e a expectativa é de continuidade no crescimento”, disse ao Valor o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli. Com a recente autorização do governo para importações pelo setor privado, deve aumentar a demanda pelo produto, acredita.

O resultado nas vendas de carnes à Venezuela poderia ser ainda maior se o setor privado não tivesse conseguido do governo, no primeiro semestre, uma redução nas importações de carne de frango, sob alegação de que os produtores nacionais seriam suficientes para abastecer o mercado. O anúncio oficioso da interrupção das importações, em junho, levou os exportadores brasileiros e o Itamaraty a pedirem informações ao governo Chávez, que chegou a assegurar a manutenção das compras estatais. Mas, ao fim do ano, as vendas brasileiras haviam caído 42% em relação a 2011. As perspectivas para 2013 são melhores, porém.

Com o controle de preços de alimentos, em um período de alta de custos, e falhas logísticas na distribuição estatal, o país mergulhou em uma crise de desabastecimento, e o ministro de Alimentação da Venezuela, Carlos Osorio, em dezembro, anunciou que o governo local retomará a importação de carne de frango, que tem o Brasil como principal fornecedor.

O aumento das vendas à Venezuela se deu também em manufaturados. Só as exportações de máquinas de papel, para projetos de industrialização promovidos por Chávez, aumentou 840%, para acima de US$ 143 milhões, quase 3% do total das importações venezuelanas provenientes do Brasil. A grande diversificação da pauta exportadora ao país vizinho, ainda que fortemente dependente do governo, leva o presidente da Câmara de Comércio Venezuela-Brasil (Camven), José Francisco Marcondes, a prever uma tendência crescente para o comércio bilateral. “Nossa projeção, já a partir 2011 era de que o fluxo de comércio dobrará até 2014, e essa perspectiva continua”, afirmou ao Valor. A previsão implica em uma corrente de comércio acima de US$ 9 bilhoes até o ano que vem.

“Sem trocadilho, o relacionamento comercial entre os dois países já é maduro, e a entrada da Venezuela no Mercosul deve aumentar as oportunidades para as empresas”, comentou o executivo, brincando com o nome do vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro. A forte presença de empresas brasileiras com obras ou serviços de consultoria na Venezuela – como a Odebrecht, que constrói a linha 5 do metrô da capital, Caracas – é outro fator de demanda por mercadorias brasileiras, diz Marcondes.

Ele aponta, porém, um incômodo na relação bilateral: o baixo patamar de compras de produtos venezuelanos pelo Brasil, hoje, em torno de US$ 1 bilhão, com uma queda pouco acima de 20% registrada em 2012. São, majoritariamente, produtos básicos, como petróleo e derivados (entre eles ureia, um fertilizante) e minerais em bruto ou semimanufaturados. A Câmara de Comércio identifica oportunidades para os venezuelanos, de abastecer os mercados de Norte e Nordeste, para onde há maior facilidade de transporte. A venda de energia elétrica, por meio de linhas de transmissão que ligam os dois países, é o terceiro maior item na pauta de exportações venezuelanas ao Brasil.

A concentração das compras venezuelanas de produtos brasileiros nas mãos do governo, de estatais ou de empresas ligadas ao governo é um risco para o Brasil, especialmente em caso de transição política, na opinião do diretor-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Ele crê que poderia haver uma substituição do Brasil por concorrentes poderosos como a China, no caso de um esforço maior para o controle da inflação ou alteração na estrutura de poder do chavismo, hoje favorito para o governo da Venezuela mesmo em caso de morte de Chávez. O fato de a Venezuela ter ingressado no Mercosul, estreitando os laços econômicos com o Brasil, e a melhor qualidade e preço dos produtos brasileiros impede, porém, qualquer mudança brusca nos fluxos de comércio, disse Castro. “Em curto prazo, num primeiro momento, não vejo mudanças.”
Publicado por Valor Econômico, em 14/01/13


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Curso de Geopolítica da Energia

Curso : "Geopolítica da Energia" 

ISAPE promove curso de Geopolítica da Energia com o prof. Lucas Kerr de Oliveira, de 21 a 24 de janeiro, em Porto Alegre


O Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia, ISAPE, promove nos dias 21 a 24 de janeiro de 2013 o curso "Geopolítica da Energia", que trata da geopolítica dos recursos energéticos que sustentam a economia global. Através de uma análise histórica, de uma apreciação do papel dos recursos na estratégia das grandes potências e de uma análise do atual perfil geográfico e tecnológico de recursos estratégicos, o curso provocará o aluno sobre a importância da problemática energética no nível internacional, abordando questões como a geopolítica do petróleo, as guerras por recursos energéticos, a transição energética e as fontes de energia mais limpas.

O curso será ministrado pelo Professor Dr. Lucas Kerr de Oliveira, no Clube de Cultura de Porto Alegre, as 18:30 às 22:00, nos dias 21, 22, 23 e 24 de janeiro de 2013.

Esta atividade é direcionada a graduandos universitários, vestibulandos, pesquisadores e o público em geral. Faça sua inscrição aqui: http://www.isape.org.br/index.php/pagina/3



 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Mercosul: 40 anos de articulação até a criação do bloco

Agência Brasil, 02/12/2012

Mercosul: 40 anos de articulação até a criação do bloco

Renata Giraldi

Repórter da Agência Brasil

Brasília – As articulações para criação de um bloco regional na América do Sul tiveram início há cerca de 40 anos, mas só avançaram de fato a partir da década de 80 do século passado, com acordos entre o Brasil e a Argentina e, posteriormente, com o Uruguai e o Paraguai. Em seguida, o Chile, o Equador, a Colômbia, o Peru e a Bolívia foram incorporados ao bloco como países associados. Há, ainda, membros observadores: o México e a Nova Zelândia.

Em 1991, houve a formalização do Tratado de Assunção, que uniu Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em 31 de julho deste ano, a Venezuela foi incorporada ao grupo. Paralelamente, está em negociação o ingresso do Equador e da Bolívia – as negociações estão mais avançadas com os equatorianos.

O processo de adesão da Venezuela ao Mercosul consumiu seis anos de articulações e, até julho, quando foi oficializada a entrada do país, dividia opiniões no Brasil e nos demais países do bloco. No Brasil, houve intensa articulação da base aliada no Congresso Nacional para conseguir a aprovação.

O momento final das negociações foi em meados deste ano, durante uma crise no Paraguai. Na época, o presidente Fernando Lugo, que era favorável à incorporação dos venezuelanos, mas não contava com o apoio do Congresso para chancelar a decisão, sofreu processo de impeachment e foi destituído do cargo em junho.

Sem a aprovação do Congresso, o Paraguai não votou a  favor da entrada da Venezuela no Mercosul. Porém, essa postura não pesou na decisão dos demais membros porque, quando foi aprovada a adesão dos venezuelanos, o Paraguai estava suspenso do bloco.

Enquanto isso,  bolivianos e chilenos disputam judicialmente uma questão territorial.

Edição: Nádia Franco

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Os “milagres econômicos” da Guerra Fria

Correio da Cidadania
 
29/12/2012   

Os “milagres econômicos” da Guerra Fria


José Luis Fiori - do Rio de Janeiro

Guerra Fria
A lógica da Guerra Fria pesou decisivamente na origem dos “milagres econômicos” na Alemanha, Japão, Itália e Coreia, e na transformação posterior desses países em peças centrais da engrenagem econômica do poder global dos Estados Unidos, pelo menos até a década de 70

Agora bem, a despeito de suas grandes diferenças históricas e políticas, Alemanha, Japão, Itália e Coréia foram derrotados e destruídos – na II Guerra Mundial ou na Guerra da Coréia – e depois foram ocupados e transformados em “protetorados militares” dos EUA. Logo depois da guerra, a ideia americana era desmontar as antigas estruturas econômicas destes países. Mas depois do começo da Guerra Fria e do fim da Guerra da Coréia, este projeto inicial foi substituído por uma política diametralmente oposta de estimulo ao crescimento econômico, com forte dos governos locais, e dos próprios agentes econômicos e instituições privadas do pré-guerra. Por isto, se pode dizer com toda certeza que a lógica da Guerra Fria pesou decisivamente na origem dos “milagres econômicos”, e na transformação posterior daqueles países, em peças centrais da engrenagem econômica do poder global dos Estados Unidos, pelo menos até a década de 70.

No caso do Brasil – que foi aliado dos EUA na II Guerra – o caminho foi diferente, mas também se pode falar de um “convite” que foi aceito – depois do Acordo Militar Brasil-EUA, de 1952 – e que transformou o Brasil no pivot central da estratégia desenvolvimentista norte- americana, para a América Sul. A nova política foi experimentada primeiro com o governo JK – inteiramente alinhado com os EUA e com o colonialismo europeu – e só depois, a partir de 1964, sob comando direto do regime militar.

Depois de quase três décadas de “milagre econômico”, entretanto, este processo foi interrompido pela “crise americana” da década de 70, e pela nova mudança da política internacional dos EUA. Tudo começou com a reaproximação da China, no início da década de 70, que levou à derrota/saída americana do Vietnã, e ao redesenho do equilíbrio do poder, no sudeste asiático. Foi neste mesmo contexto que os EUA decidiram abandonar Bretton Woods, liberando sua moeda e iniciando a desregulação do seu mercado financeiro, com a lenta construção de um novo sistema monetário internacional, baseado no dólar, mas sem base metálica.

A nova estratégia permitiu o cerco e desconstrução final da URSS e o fim da Guerra Fria, mas ao mesmo tempo, ela desativou ou esvaziou o papel econômico que fora ocupado pela Alemanha e pelo Japão, e secundariamente, pelo Brasil, durante as primeiras décadas da Guerra Fria. O crescimento econômico médio anual da Alemanha caiu para 2,10%, entre 1973 e 1990; o do Japão, caiu para 2,97%; o da Itália, para 1,76; o da Coréia, para 6,77; enquanto o Brasil entrava num longo período de estagnação. No mesmo tempo em que a China se transformou no novo milagre econômico” do sistema capitalista mundial, enquanto a Alemanha e o Japão seguiam na sua condição de gigantes industriais e tecnológicos, mas com “pés de barro”, ainda na condição de protetorados militares dos EUA e sem dispor de recursos naturais essenciais, além de serem igualmente dependentes do ponto de vista alimentar e energético.

Assim mesmo, no início da segunda década do século XXI, pode ser que o Japão e a Alemanha venham a ser resgatados, uma vez mais, como caminho de saída da crise, para os EUA, e como instrumentos da nova doutrina Obama, que se propõe fazer – desta vez – o cerco econômico e militar da China. O Japão e a Coréia estão sendo pressionados para participar da Trans-Pacific Partenership – TPP, que é hoje a pedra angular da política comercial de Obama, e que se propõe reunir dos dois lados do Pacífico, numa grande zona de livre comércio.

Ao mesmo tempo em que a Alemanha vem sendo estimulada a liderar um grande pacto comercial transatlântico, entre a UE e os EUA, e há quem proponha que o Brasil se junte à “aliança do pacífico”. Neste novo xadrez, entretanto, o Brasil é muito menos desenvolvido que a Alemanha e o Japão, mas dispõe de recursos naturais e é auto-suficiente, do ponto de vista alimentar e energético. Por isto, talvez, só o Brasil tenha hoje condições reais de escolher um caminho que lhe dê maior grau de autonomia estratégica, e maior capacidade de projetar seus interesses e sua influencia, numa escala global.

 
José Luis Fiori é professor titular de Economia Política Internacional da UFRJ e coordenador do Grupo de Pesquisa do CNPQ/UFRJ “O Poder Global e a Geopolítica do Capitalismo”. (www.poderglobal.net).



http://correiodobrasil.com.br/noticias/opiniao/os-milagres-economicos-da-guerra-fria/564162/