Agência Brasil
27/07/2010
Unasul intensifica negociações para tentar um acordo amanhã entre Venezuela e Colômbia
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Às vésperas da reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países que compõem a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito, para discutir a crise entre Venezuela e Colômbia, o governo do presidente do Equador e pro tempore do bloco, Rafael Correa, afirmou que há um esforço coletivo para a busca de um acordo. Hoje (27) o governo colombiano propôs a criação de um fórum dentro da Unasul para a discussão do tema. A reunião entre os ministros está marcada para amanhã (28) à tarde.
O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, esteve ontem (26) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília. Na conversa, o diplomata mostrou disposição para negociar um acordo com a Colômbia e por um ponto final no impasse. Hoje ele irá à Argentina. Neste meio tempo o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, também faz uma série de visitas pela América do Sul antes da posse, no dia 7.
Comunicado da Presidência da República do Equador informa que Maduro quer avançar no diálogo: “Vamos tomar a posição da Venezuela que propôs a paz para a Colômbia”. O assunto será tema de uma reunião na qual estarão presentes os representantes da Bolívia, da Colômbia, do Equador, do Peru, da Argentina, do Brasil, do Paraguai, do Uruguai, da Guiana, do Suriname, do Chile e da Venezuela.
De acordo com o documento, o secretário-geral da Unasul, Nestor Kirchner, é o intermediador de conversas com Correa e do lado brasileiro, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, na busca por uma solução para a crise. Segundo o comunicado, todos “renovaram o compromisso com a paz e a unidade na região e concordaram em realizar um esforço conjunto em favor dos países irmãos da América do Sul”.
O governo do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, defendeu hoje (27) a criação de um fórum específico da Unasul para discutir a crise com a Venezuela. Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores colombiano, o governo informou que o “interesse da Colômbia é conseguir uma cooperação eficaz”. Antes, porém, sugeriu que: “[o ideal] é a definição de um mecanismo específico para tratar das questões de fundo”.
Desde o último dia 22, a crise entre Venezuela e Colômbia agravou-se. O estopim foi o anúncio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que divulgou o rompimento das relações diplomáticas com o país vizinho. Chávez decidiu romper depois da divulgação de informações, durante sessão na Organização dos Estados Americanos (OEA), sobre a suposta existência de 87 acampamentos e 1,5 mil guerrilheiros em território venezuelano. A iniciativa provocou a indignação do governo da Venezuela.
A disposição de mediar o conflito no âmbito da Unasul deixa de lado os Estados Unidos – que também integra a Organização dos Estados Americanos (OEA) e é o principal aliado da Colômbia no continente. O que reforça, segundo especialistas, a unidade regional da América do Sul.
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