terça-feira, 26 de abril de 2011

Acordo entre governos neoliberais tenta formar bloco contra o Brasil e o Mercosul

Correio do Brasil

25/4/2011


AIP já nasce posicionada contra o Brasil

por José Dirceu 


“Trata-se de uma reação instintiva dos vizinhos. Formam um contraponto ao Brasil, que é a grande potência regional; é um movimento de defesa natural”, disse à Folha de S.Paulo, Amado Cervo, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília ao analisar o surgimento da Área de Integração Profunda (AIP), novo bloco latino-americano que surge no próximo dia 2.

“De certa maneira, o bloco vai contrabalançar o Brasil”, disse claramente, numa entrevista ao The New York Times em março pp., o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. Diante da resistência do Congresso americano em aprovar o acordo de livre comércio entre os dois países, Juan Manuel tem distanciado seu país dos EUA e o reaproximado da Venezuela.

A AIP (veja post acima) reunirá os chamados países “liberais” da região – Chile, Peru, Colômbia e México – em oposição ao Brasil, MERCOSUL e à ALBA, esta com perfil mais à esquerda, e da qual participa a Venezuela do presidente Hugo Chávez.

Formada, a AIP representará 200 milhões de pessoas, 16 mil km de costa no Pacífico e mais de US$ 2,5 trilhão de PIB. Será três vezes maior que a ALBA. Os países que a formarão já mantêm acordos de livre comércio entre si, com a exceção de Peru e México e todos têm, também, tratados comerciais com os EUA, exceto a Colômbia.

Será, também, um bloco que se aproximará das dimensões do Brasil (sozinho), que tem aproximadamente 200 milhões de habitantes e US$ 2,2 trilhões de PIB.



Área de Integração Profunda (AIP), que inclui o México, membro do NAFTA, nasce como um projeto dos governos neoliberais do México, Colômbia, Peru e Chile, em uma tentativa de se contrapor ao Mercosul e à liderança brasileira na Integração Sul-Americana. Na prática é o mais próximo de um acordo do tipo ALCA já alcançado, pois representa o livre acesso so produtos americanos (via México) à diversos países da América Latina. Também pode singificar a facilitação para a entrada de produtos asiáticos na América do Sul, o que pode dificultar o projeto de integração sul-americana.

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