Agência Brasil, 27/12/2012
Governo aprova Política Cibernética de Defesa
Mariana Tokarnia
Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Defesa aprovou a política que define estratégias de defesa cibernética
nos níveis operacional e tático e que deve ser aplicada nos grandes
eventos que serão sediados no país, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos
Olímpicos de 2016. Portaria que aprova a Política Cibernética de Defesa
foi publicada hoje (27) no Diário Oficial da União.
De acordo com o documento, caberá ao ministério, em conjunto com as
Forças Armadas, impedir ou dificultar a utilização criminosa da rede.
Para isso, a política prevê a implantação do Sistema Militar de Defesa
Cibernética, composto por militares e civis, e o fornecimento da
estrutura e infraestrutura para que as atividades de defesa sejam
desempenhadas.
Deverão ser criados e normatizados processos de segurança
cibernética para padronizar os procedimentos de defesa da rede. Deverão
também ser estabelecidos programas e projetos para assegurar a
capacidade de atuar em rede com segurança. A política deve integrar as
ações já em curso de defesa cibernética no país.
Em agosto de 2011, foi criada, por meio do Decreto 7.538, a Secretaria
Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, responsável por
planejar, definir, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar as ações
de segurança para esse tipo de evento, promovendo a integração entre os
órgãos de segurança pública federais, estaduais, distrital e municipais
envolvidos com a questão.
Já em agosto deste ano, portaria do Ministério da Defesa estabeleceu
as diretrizes que vão nortear a atuação dos militares do Exército, da
Marinha e Aeronáutica durante os grandes eventos.
A portaria também autoriza o Ministério da Defesa a empregar, temporariamente, as Forças Armadas para atuar na segurança e defesa cibernética, defesa contra terrorismo,
fiscalização de explosivos, contingência e defesa contra agentes
químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares; e em outras atribuições
constitucionais das Forças Armadas, em todas as cidades-sede, durante a
Copa e as Olimpíadas.
Apesar de não ter sofrido nenhum grande atentado virtual, o Brasil é
um dos países com maior ocorrência de crimes cibernéticos. Em pesquisa
realizada pela empresa norte-americana Norton, especializada em
antivírus, o Brasil estava, em 2011, em quarto lugar em uma lista de 24
países com maior quantidade de crimes cibernéticos aplicados, abaixo da
China, África do Sul e México.
Segundo a pesquisa, 80% dos adultos brasileiros já foram vítimas
desse tipo de crime. A cada 11 dias, uma nova vítima de crime
cibernético é registrada no país. Calcula-se que, em 2011, o prejuízo
tenha chegado a US$ 15 bilhões.
*Colaborou Alex Rodrigues // Edição: Lílian Beraldo
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