A crença que os liberais nutrem na livre-iniciativa como sendo uma natural contraposição ao planejamento estatal, ainda é muito arraigada entre alguns setores da sociedade brasileira. Muitos políticos se aproveitam disto e utilizam o discurso da livre-iniciativa e do livre mercado, como desculpa para se eximir da responsabilidade maior do poder público de planejar o bem comum da sociedade e de defendê-lo no longo prazo.
As enchentes em São Paulo se repetem a anos como resultado da perigosa mistura de crenças distorcidas com incompetência. Os políticos eleitos pelo povo para representá-lo no aparato do estado, não investem em saneamento básico e infra-estrutura de prevenção de enchentes, nem mesmo planejam formas de diminuir problemas crônicos como a hiper-impermeabilização da superfície das grandes cidades. Ao invés disso, transferem a culpa do problema para terceiros, culpam os "indivíduos", especialmente os pobres, pelas enchentes: "as pessoas jogam lixo na rua"; quando não culpam a sorte, ou São Pedro: "vamos rezar pra que não chova mais tanto assim".
Mas obras de infra-estrutura de saneamento e escoamento de água e a redução da hiper-impermeabilização da superfície das cidades, custam caro e não aparecem: ou alguém já viu algum governador ou prefeito de São Paulo cortando uma fita colorida na inauguração de uma galeria de esgoto nova na periferia, cercado por repórteres?
Mas obras de infra-estrutura de saneamento e escoamento de água e a redução da hiper-impermeabilização da superfície das cidades, custam caro e não aparecem: ou alguém já viu algum governador ou prefeito de São Paulo cortando uma fita colorida na inauguração de uma galeria de esgoto nova na periferia, cercado por repórteres?
Embora o volume total de chuva não tenha se alterado significativamente nas últimas décadas, as reais causas das enchentes (excesso de impermeabilização do solo e falta de infra-estrutura de saneamento adequada) pioraram significativamente.
O resultado é que o problema se repete todos os anos na época de chuvas, nas grandes cidades do Brasil, com destaque especial para a cidade de São Paulo. O problema vem gerando consequências mais desastrosas quando se acrescenta a ocupação desordenada de áreas de risco, onde o poder público novamente falha por incompetência, que muitas vezes é fatal. Mas não é apenas incompetência, também porque nossos políticos (no fundo) e nossa imprensa, acreditam que deixar cada um fazer como quer pode ser melhor, e que isto pode ser melhor do que o planejamento do poder público, sempre tido como autoritário pelos meios de comunicação, quando tenta regular e planejar setores vitais da sociedade e da vida pública.
http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2008/11.17.16.32.46/doc/707-714.pdf |
A seleção de vídeos a seguir busca mostrar algumas das consequências desta problemática, que, tudo indica, continuará insolúvel no curto prazo...
Por fim vale a pena ver essa crítica bem humorada em relação ao papel dos políticos que atualmente governam São Paulo nesse problema crônico:
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