quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Enchentes em São Paulo: a continuidade do problema e a responsabilidade dos governantes "liberais"

A crença que os liberais nutrem na livre-iniciativa como sendo uma natural contraposição ao planejamento estatal, ainda é muito arraigada entre alguns setores da sociedade brasileira. Muitos políticos se aproveitam disto e utilizam o discurso da livre-iniciativa e do livre mercado, como desculpa para se eximir da responsabilidade maior do poder público de planejar o bem comum da sociedade e de defendê-lo no longo prazo. 


As enchentes em São Paulo se repetem a anos como resultado da perigosa mistura de crenças distorcidas com incompetência. Os políticos eleitos pelo povo para representá-lo no aparato do estado, não investem em saneamento básico e infra-estrutura de prevenção de enchentes, nem mesmo planejam formas de diminuir problemas crônicos como a hiper-impermeabilização da superfície das grandes cidades. Ao invés disso, transferem a culpa do problema para terceiros, culpam os "indivíduos", especialmente os pobres, pelas enchentes: "as pessoas jogam lixo na rua"; quando não culpam a sorte, ou São Pedro: "vamos rezar pra que não chova mais tanto assim".

Mas obras de infra-estrutura de saneamento e escoamento de água e a redução da hiper-impermeabilização da superfície das cidades, custam caro e não aparecem: ou alguém já viu algum governador ou prefeito de São Paulo cortando uma fita colorida na inauguração de uma galeria de esgoto nova na periferia, cercado por repórteres? 

Embora o volume total de chuva não tenha se alterado significativamente nas últimas décadas, as reais causas das enchentes (excesso de impermeabilização do solo e falta de infra-estrutura de saneamento adequada) pioraram significativamente.
O resultado é que o problema se repete todos os anos na época de chuvas, nas grandes cidades do Brasil, com destaque especial para a cidade de São Paulo. O problema vem gerando consequências mais desastrosas quando se acrescenta a ocupação desordenada de áreas de risco,  onde o poder público novamente falha por incompetência, que muitas vezes é fatal. Mas não é apenas incompetência, também porque nossos políticos (no fundo) e nossa imprensa, acreditam que deixar cada um fazer como quer pode ser melhor, e que isto pode ser melhor do que o planejamento do poder público, sempre tido como autoritário pelos meios de comunicação, quando tenta regular e planejar setores vitais da sociedade e da vida pública.

http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2008/11.17.16.32.46/doc/707-714.pdf


A seleção de vídeos a seguir busca mostrar algumas das consequências desta problemática, que, tudo indica, continuará insolúvel no curto prazo...



































Por fim vale a pena ver essa crítica bem humorada em relação ao papel dos políticos que atualmente governam São Paulo nesse problema crônico:

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