domingo, 25 de setembro de 2011

Agência Câmara de Notícias
 
22/09/2011 

Debatedores defendem mais investimento em portos e hidrovias

Tiago Miranda

Representantes de diferentes órgãos do governo e da iniciativa privada defenderam nesta quinta-feira a necessidade de valorização do transporte aquaviário (barcos, navios e balsas) para o desenvolvimento do País. O tema foi discutido no seminário Desafios da Infraestrutura Portuária, promovido pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Reinaldo Ferrigno
Leonidas Cristino (ministro dos Portos)
Leônidas Cristino: meios aquaviários representam hoje apenas 3% dos transportes
Para o ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República, José Leônidas Cristino, é vital investir nos transportes hidroviários para melhorar o sistema de transportes como um todo. “Hoje, os meios aquaviários representam apenas 3% do total, não tem cabimento toda a produção do Brasil ser transportada pelas rodovias”, ressaltou.
Cristino lembrou que, ao transferir as cargas – atualmente levadas por caminhões – para navios cargueiros, será finalmente possível recuperar o sistema rodoviário nacional. “As rodovias foram dimensionadas para cargas de 20 tolenadas, mas agora já carregam 45 toneladas. Não há asfalto que resista”, disse. O ministro afirmou que o governo pretende aumentar, até 2022, de 834 milhões para 1,7 bilhão o total de toneladas de produtos administrados nos portos brasileiros.


Eclusas

O ministro dos Transportes, Paulo Passos, declarou que o Executivo tem investido e demonstrado interesse no transporte hidroviário. Ele citou a finalização das eclusas do rio Tucuruí (PA), depois de 30 anos do início das obras, e da aplicação de recursos para transformar o rio Tietê (SP) na principal hidrovia do interior paulista. “A atenção do governo está voltada para que consigamos fazer com que o potencial da extensão navegável dos nossos rios seja expandido.”
 
Reinaldo Ferrigno
Dep. Edinho Bez (PMDB/SC)
Edinho Bez cobrou mais verbas para a construção de eclusas.

Segundo o coordenador de Portos e Vias Navegáveis da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura, deputado Edinho Bez (PMDB-SC), no entanto, é preciso investir mais na construção de eclusas. “A falta de obras desse tipo dificulta o desenvolvimento do transporte aquaviário”, comentou.


Já o diretor de Infraestrutura da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), José Torres de Melo, criticou o foco do governo no uso dos rios apenas para geração de energia e não para navegação. “Não podemos pensar só no nosso negócio quando se fala em interesse público e nacional. O planejamento integrado dos rios é uma obrigação de Estado”, argumentou.
 
 
Mudanças na gestão

Por sua vez, o diretor-geral da Antaq, Fernando Antonio Brito Fialho, defendeu maior entrosamento entre os órgãos do setor hidroviário e a iniciativa privada. “As autoridades portuárias têm de ter uma gestão mais profissional, além de um arcabouço jurídico mais flexível”, afirmou. Conforme Fialho, há interesse e “apetite” do mercado financeiro para investir na infraestrutura nacional, mas o País precisa facilitar esse investimento.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcelo Oliveira


Eclusas de Tucuruí: inauguradas em 2010 as duas eclusas tem 210 metros de largura e 33 metros de comprimento cada uma e são ligadas por um canal intermediário de 5,5 quilômetros. Esta infraestrutura viabiliza o fluxo de navios e comboios com até 19 mil toneladas cada através do Rio Tocantins.






Grandes hidrelétricas como a de Belo Monte podem viabilizar definitivamente a Hidrovia do Xingu.




Para consolidar a Integração Sul-Americana é fundamental a construção de obras como eclusas e canais que permitam integração e plena navegação dos rios das Bacias Platina, Amazônia e do Orinoco.




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