28/09/2011
Oferta de energia precisa crescer cerca de 5% ao ano, diz secretário de Desenvolvimento Energético
Gorette Brandão
O
Brasil terá de enfrentar o desafio de expandir a oferta de energia a
uma taxa ao redor de 5% ao ano, conforme assinalou o secretário de
Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e
Energia, Altino Ventura Filho. Em audiência que debateu o Plano Decenal
de Energia 2011/2020, ele disse que esforço significa dobrar o sistema
energético ao fim de 12 anos, ampliando em 70% a atual capacidade
instalada de 112 mil megawatts.
Altino Ventura salientou que o
país apresenta vantagens competitivas, pois enquanto tem uma matriz
energética diversificada, utilizando mais de 86% de fontes renováveis
para produzir energia, esse índice cai a 18% no restante do mundo. Entre
outros dados, mostrou que até 2020 a participação do petróleo na matriz
de energia cairá de 37,8% para 30,4%. Quanto aos derivados de cana,
haverá um aumento dos atuais 17,7% para 21,8%.
- É uma matriz com
predomínio de fontes competitivas, de baixa emissão de gases de efeito
estufa e tecnologia nacional em que o Brasil tem grande potencial -
destacou o secretário do ministério.
Como observado pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tomalsquim, apesar do esperado crescimento da produção de petróleo no país, em virtude das reservas da camada pré-sal, a participação do petróleo na matriz de consumo será reduzida. Assim, o Brasil se transformará em grande exportador do produto, com vendas ao redor de três milhões de barris ao dia.
A
audiência foi realizada pelas comissões de Serviços de Infraestrutura
(CI) e de Assuntos Econômicos (CAE) e dirigida pelo vice-presidente da
CI, senador Blairo Maggi (PR-MT). Na avaliação do plano decenal, as
associações de produtores privados de energia que participaram do evento
se queixaram da pouca atenção à construção de usinas termoelétricas.
Argumentaram que elas podem responder rapidamente com aumentos da oferta
de energia nas crises de abastecimento.
O
senador Delcídio Amaral (PT-MS), propositor da audiência, foi um dos
que criticaram possíveis excessos da legislação ambiental, com prejuízos
ao setor. Por exigências ambientais, lembrou que as novas usinas
hidroelétricas já não podem formar grandes reservatórios de água,
operando apenas a "fio d'água". Por isso, disse que o país não pode
descartar a energia termoelétrica nem desconsiderar o uso futuro da
energia nuclear.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) disse que o planejamento do aumento da oferta de energia deve levar em conta o potencial de crescimento de regiões que muitas vezes não recebem a devida atenção, como aconteceu no passado com o semiárido baiano. O senador Lobão Filho (PMDB-MA) defendeu que os leilões para contratação de energia sejam dirigidos a segmento de produção.
Fonte: http://www.senado.gov.br/noticias/oferta-de-energia-precisa-crescer-cerca-de-5-ao-ano-diz-secretario-de-desenvolvimento-energetico.aspx?parametros=pr%C3%A9-sal
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