quarta-feira, 23 de junho de 2010

IBGE constata permanência das diferenças entre despesas de famílias de brancos e de negros

Agência Brasil

23/06/2010

IBGE constata que permanece diferença entre despesas de famílias de brancos e de negros

Isabela Vieira

Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que se acentuou a diferença de valor das despesas mensais entre as famílias chefiadas por pessoas brancas e por pessoas negras.

Enquanto a despesa média do brasileiro é de R$ 2.626, a de famílias cuja pessoa de referência (quem respondeu a pesquisa) era branca, o gasto era 28% maior, de R$ 3.371. Também era 89% superior às despesas de famílias de pretos (R$ 1.783) e 79% maior que a de pardos (R$1.885).

Em relação ao levantamento anterior, feito entre 2002 e 2003, as desigualdades aumentaram. Percentualmente, passaram de 82% para 89% em relação às famílias pretas, embora tenha diminuído de 84% para 79%, destaca a POF de 2008/2009.

As diferenças entre as despesas também apareceram quando há diferença de gênero. Se a pessoa que respondeu a pesquisa era um homem, a despesas mensal era de R$ 2.800,16 (também acima da média nacional), enquanto os gastos de famílias chefiadas por mulheres era de R$ 2.237,14.

O responsável pela pesquisa, José Mauro de Freitas destaca que a diferença entre o extrato feminino e masculino aumentou de 15% para 20% entre uma pesquisa e outra. Para ele, a explicação está na estrutura da sociedade, assim como para o caso das diferenças entre as raças.

”É importante destacar que os dados representam a despesa média mensal informada pela pessoa de referência, embora muito provavelmente o dado esteja relacionado com fatores sociais que fazem com que a composição dessas despesas continuem com essas distâncias”, afirmou o analista.

A POF também avaliou os impactos da escolaridade sobre os gastos das famílias e constatou diferença de 207% entre os gastos das famílias cuja a pessoa de referência tinha mais de 11 anos de estudo (R$ 4.314,92) e as que o chefe tinha menos de um ano (R$ 1.403,42).

O aumento da despesa também está relacionado ao fato de as famílias terem algum integrante com nível superior completo. Entre essas, o rendimento saltava para R$ 4.296,05, enquanto nas que ninguém tinha terminado uma faculdade os gastos eram de R$ 1.659,99.

Edição: Tereza Barbosa
Agência Brasil
Veja notícia completa no site do IBGE:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não serão aceitos comentários ofensivos, preconceituosos, racistas ou qualquer forma de difamação.