terça-feira, 3 de novembro de 2009

"A urgência das hidrovias e ferrovias", por Sérgio B. Motta

Portal NetMarinha 
02 November, 2009  

A urgência das hidrovias e ferrovias
Por Sérgio Barreto Motta

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As agências de águas (ANA) e de navegação interior (Antaq), com apoio do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, estão fechando o cerco, para que as novas usinas hidrelétricas tenham, desde sua inauguração, passagem para barcos (eclusas). O sistema hidroviário permite a colocação, no porto, a preço mais baixo, da produção agrícola, além de ser o que menos agride o ambiente, pois seu consumo de combustível é bem inferior ao da ferrovia e mais ainda da rodovia. E o presidente Lula, que pouco ligava para o ambiente até há alguns meses atrás, agora é considerado um dos líderes mundiais do setor.


16.03.2009_malha-ferroviaria_mat.jpgUm forte obstáculo está no Ministério de Minas e Energia. Recentemente, o secretário-executivo do MME, Márcio Zimmermann, afirmou que não se deveria incluir eclusas em todas as barragens, pois " poderia haver ferrovias no mesmo trajeto". Em todas as barragens em projeto ou construção no Brasil não há ferrovias paralelas em nenhuma delas.


O superintendente de Navegação Interior da Antaq, Alex Oliva, está entusiasmado. Garante que nas novas usinas do Rio Madeira, já em construção - Santo Antonio e Juruá - serão instaladas eclusas. Oliva insiste em sua tese, embora os projetos oficiais não contemplem esse benefício. Segundo Oliva, já estão sendo contratados projetos básicos para essas eclusas. No caso da maior usina hidrelétrica em fase final de projeto, Belo Monte, haverá, igualmente, nova guerra: ANA, Antaq e Minc querem eclusas, mas o MME, com apoio das empreiteiras, sequer deseja ouvir falar no assunto.

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À época da construção da usina de Tucuruí, no Rio Tocantins, em 1984, a instalação de eclusas custaria R$ 320 milhões. Agora - a inauguração das eclusas está prevista para 2010 - o valor é de alguns bilhões.


O diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, afirmou, nesse encontro: “Temos um invejável potencial hídrico navegável que não aproveitamos por falta de recursos para projetos e obras. Estamos agora retomando a implantação de ferrovias. A combinação de novas rodovias e investimentos consistentes na área de ferrovias e hidrovias vai nos permitir, com certeza, gerar imensas oportunidades de negócios. Algumas regiões brasileiras que têm enorme potencialidade minerosiderúrgica , florestal e para atividade agropecuária e que estão cerceadas, exatamente por falta de uma infraestrutura multimodal que permita a chegada de insumos e o transporte de produtos por preços que viabilizem a atividade econômica. O investimento em multimodalidade assegura o crescimento igual a muitas regiões brasileiras”.



Confira mais destaques na Coluna semanal de Sérgio Barreto Motta, no Portal NetMarinha.

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